domingo, 24 de agosto de 2008

Diploma de jornalismo


Não se trata de uma profissão qualquer, requer vocação, garra, independência. Conceito e opinião para resistir aos apelos dos donos da comunicação no planeta, os verdadeiros patrões dos reitores e diretores das universidades e faculdades brasileiras, transformadas, comprovadamente, em grandes senzalas com professores-feitores sempre alerta, a inibir, de chicote na mão, qualquer manifestação que cheire a liberdade de expressão.
Alguém diz isso aos jovens que pretendem abraçar o jornalismo? Claro que não.
Desorientada, a moçada acaba atraída pela mídia formadora de opinião: “todos ao vestibular” – “tudo pelo diploma”. Como a obtenção do canudo fosse uma espécie de décimo terceiro mandamento, os infelizes acabam ingressando nas unips, fmus, pucs, univaps, uspes, estaduais, federais, etc, grandes galinheiros infestados de raposões.
Por melhor formação familiar que tenha a moça ou rapaz, será muito difícil para eles não seguir a orientação dos travestidos de mestres orientadores.
Diploma na mão, número do mtb na carteira assinada com salário fixo. Eureka! Mais um jornalista no cemitério dos sonhos a serviço da informação manipulada. Contra a força não há resistência.
A carta aberta do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo aos ministros do Supremo Tribunal Federal, assinada por Edson Luiz Spenthof, publicada no
Congresso em Foco (I) - é mais uma tentativa de pressionar o Supremo Tribunal Federal para que aprove a arbitrária obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo, tornando-o, ainda mais, teleguiado e famélico.
Poucos são os comunicadores com credibilidade nesse país, as verbas de publicidade se encarregam de azeitar as engrenagens dos veículos controlados pelos monopólios sempre desejosos em nos transformar em imbecis consumidores de bugigangas, religiões e outras porcarias. Basta acompanhar o crescimento da chamada mídia do entretenimento, assinada por jornalistas medíocres, alunos, certamente, dos tais “professores” descompassados moral e intelectualmente.
Para ser exercido, o jornalismo não precisa de nenhum papel pintado da indústria do ensino, mas sim de gente compromissada com a divulgação dos fatos como ocorre no mundo inteiro.
Em agosto de 2003, o Observatório da Imprensa publicou um texto meu: Diploma de Jornalismo – Titulares da Ilusão (II). Por incrível que pareça, é preciso bater novamente na cangalha.
(*) Ricardo Faria – ricardo@vejosaojose.com.br

Um comentário:

Dora Dimolitsas disse...

Ricardo
que coisa boa
um blog é sempre bom
para conhecer-mos as opiniões e sugestões, e principalmente estar-mos mais perto do proprio Jornal e dos amigos
que aqui fazem um lindo trabalho abraços Dora Dimolitsas